Essa é uma pergunta que faço todos os dias ainda que não
verbalize ou mentalize. Há várias maneiras de se perguntar, sem se perguntar. Quando você se esquiva com medo de
fracassar ou de sofrer, é uma maneira de perguntar a si mesmo o porquê de ainda tentar, e mesmo que esteja dando um tempo a si mesmo, você vai tentar que
eu sei. Eu sempre tento.
Eu me faço essa pergunta todos os dias e mesmo quando
acredito que não posso dar conta da enxurrada de impossibilidades que
desaguarão no meu mundo, sobre a minha mente, mesmo assim, ainda tenho alguma
força me impulsionando em algum lugar na mente, na alma e no coração.
Sim, a vida é incerta, a morte é a única certeza que se tem
e não sabemos quanto tempo há. Tenho escolhas a fazer. Fiz a escolha de não me conformar com uma vida medíocre. É preciso aprender, crescer a vida toda,
desistir de planos furados, cultivar os tais sonhos dourados.
Envelhecer é uma benção, a cada dia que se passa, estamos
mais próximos de uma resposta definitiva e importante, uma resposta que poderá
sanar as dúvidas cultivadas a vida inteira.
Por que eu ainda tento? Porque eu ainda sonho. Porque Deus
habita em minha alma. Porque respiro. Porque as esperanças não cessam. Porque
descobrir é melhor do que ter certezas temporárias. Eu tento porque sou uma
tentativa. Sou uma tentativa de vida dentre tantas outras no Universo e tão
frágil, limitada, mas acho, levemente, que existo porque tenho alguma coisa,
talvez ínfima, mas que deve ser repassada.
Eu ainda tento. E não sou só eu. Você tem tentado, tem
seguido, tem cursado o caminho. Está aí com esperanças mesmo em meio às cinzas.
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