Nem dos espertos... Nem dos
inteligentes...Tampouco dos mais velozes... Clama-se por loucura — a atitude
mais insana, o súbito irreversível, a guerra declarada e exterior. Loucura
abrasada que nasce no inconsciente, nos pensamentos mais impensáveis e na
coragem em se expor.
A autora aqui vos fala do
ímpeto da originalidade, da maluquice que em sua consistência teima em
diferir... do óbvio.
A loucura que exala o odor
mais delicioso e repugnante, que foge de métodos, que não se limita à nada...
absolutamente nada. Loucura incapaz de ser enganada pela mais radical e tola
aparência externa.
Os sonhos mais loucos, as
formas mais informais... Clama-se por loucura ou a loucura que clama por
devotos? À... nada.
Como a normalidade consegue
ser irritante, insossa, pálida e fosca! Como é frustrante!
Seguir a ordem deveria
causar sensação de bem estar? Mas quanta ilusão — o que causa na verdade é a
decepção da estagnação...
A revolução talvez fosse a
única forma de trazer a paz aos inquietos de espírito, os chamados loucos. Nem
tanto pela vitória, mas pela sensação de ímpeto, de querer passionalmente, de
fazer algo que nunca havia sido pensado.
O mundo quer mudanças, mas
praticam as mesmas fórmulas, esperam os mesmos resultados — para que haja
equilíbrio, linearidade. Bobagem! É do súbito da loucura que provém o sabor
inexplicável do “novo”. Ser inteligente, esperto ou veloz... sim, são habilidades
encantadoras. Mas quando há loucura, quando não há regras para ser livre em si
mesmo — quando não há vozes ensurdecedoras de sábios — sim, onde não há sequer
chão é onde se busca àquilo que é novo, onde se colhe do mais alto topo... do
nada.
Um brinde à loucura! Que os
homens a procurem — porque ser inteligente, esperto ou veloz não é
suficiente... É preciso mais “insanidade”, para que se desprendam do chão e
colham luzes.