domingo, 26 de fevereiro de 2017

Transparência inevitável



Sou do tipo de pessoa que não consegue disfarçar... Se algo me incomoda, meus olhos dirão, minhas expressões mostrarão. Infelizmente (porque não é algo muito legal) também consigo ver por trás de máscaras e mesmo por trás de sorrisos, palavras doces ou afagos, sinto quando algo não é real. Não é muito legal ter essas percepções na maioria das vezes.

Principalmente quando somos crianças, os pais costumam orientar quanto ao comportamento, o que fazer ou não e claro, dificilmente uma criança conseguirá disfarçar se não gostar de algo. Aí quando crescemos, a tendência é que se tenha essa 'habilidade'. Talvez eu não tenha crescido. 

Não sou do tipo que segura o vômito. Não sou do tipo de pessoa polida que diz apenas sobre os seus aspectos positivos, pelo contrário, faço questão de mostrar que dentro da minha alma há escuridão, maluquice, inconsistências. Muitas vezes não sou nada coerente. Nada.

Se em um momento estou bem e feliz, no outro estou desejando não existir, isso incontáveis vezes em um mesmo dia. Há dias em que preciso provocar meu choro para conseguir colocar para fora aquilo que nem sei o que é de fato e, em seguida, caio em uma gargalhada desenfreada.

Não sou ser de diários, aliás, quando tive na infância, costumava ler para amigos para que me dissessem o que achavam (risos).

Minha alma é muito transparente, faço questão de mostrar todas as minhas nuances. Não sei fazer papel nenhum, interpretar papel nenhum, não sou atriz, ou até seja em relação ao drama, mas é uma interpretação mais do que viva, sem dublês e sem mentiras e claro, existem algumas personagens dentro de mim, revezando a minha interpretação (risos).

Sou do tipo que prefere rock 'n' roll, mas o que me embala mesmo é New Radicals e Portishead. Entre Under My Thumb de Stones e Exagerado de Cazuza, óbvio, mil vezes Cazuza.

Acredito que seres humanos não podem ser classificados, não podem receber uma etiqueta com uma designação, desde os mais incríveis aos mais miseráveis. Quem nesse mundo não tem os seus desajustes por mais sutis que sejam? 

O que eu não disser por meio de palavras, direi com gestos, com silêncio, com palavras faladas ou silenciadas.. Isso não é sobre ser alguém 'NOSSA! MEGA SINCERO!', isso é sobre não conseguir assumir disfarces ou qualquer faceta... 

Entre os picos de alegria e abismos de tristeza, entre as gargalhadas assustadoras e soluços descompassados... Essa minha alma sobrevive assim, nessa loucura, nessa inconstância. Quem é essa tal de plutônica? Faço da minha ausência de respostas uma sequência infindável de perguntas, que quem sabe poderão responder de alguma forma questionamentos que nem conseguiria espontaneamente formular.

Ao encontrar uma alma tão nua e sem medo, me encanto, me lanço, aí então coloco algumas das minhas mais queridas personagens para atuar. Quero ser furta-cor, receber incidência de luz e de explosão de cores, cansada de trevas!!! 






















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